O contexto de pandemia Covid-19 veio reforçar a ciência, a investigação e a criatividade como ferramentas essenciais na procura de respostas aos problemas que o mundo atual enfrenta. No caso da biotecnologia marinha, é enorme o potencial para fornecer soluções aos mais variados setores e responder a necessidades de consumo à escala mundial, contribuindo, simultaneamente, para o desenvolvimento de um novo modelo económico mais responsável e que assegure crescimento com impacto positivo na sustentabilidade ambiental e do oceano.
Por isso, através do programa Blue Bio Value, as fundações Oceano Azul e Calouste Gulbenkian disponibilizam formação e acesso a uma rede de mentores, infraestruturas e investidores, apoiando assim os empreendedores selecionados na valorização dos seus projetos e negócios ligados à bioeconomia azul, para que vinguem no mercado, nacional e internacional.
Para a Fundação Oceano Azul, “o impacto das atuais circunstâncias incentiva-nos a reforçar o trabalho nesta área e é um grande alerta para a necessidade de surgirem mais startups capazes de trazer soluções que garantam alternativas económicas mais sustentáveis”, diz Miguel Herédia, consultor da Fundação Oceano Azul. De facto, “a atual crise humanitária apresenta enormes desafios, atuais e futuros, que não podemos ignorar. Tornou-se ainda mais evidente que temos de encontrar um novo modelo económico, com negócios que preservem a natureza e o oceano. Felizmente, começamos já a assistir, nas noticias, à divulgação da biotecnologia como uma via alternativa”, acrescenta.
Também para Filipa Saldanha, subdiretora do Programa Gulbenkian Desenvolvimento Sustentável, “a crise humanitária causada pela pandemia COVID-19 veio demonstrar, ao nível global, como a nossa relação com a natureza pode constituir uma enorme ameaça à saúde pública. As alterações climáticas e a destruição da biodiversidade têm sido responsáveis pela propagação de graves doenças infeciosas e, por isso, precisamos, mais do que nunca, de alternativas ao modelo económico atual a fim de evitar outras pandemias no futuro”.
Face ao atual contexto de saúde pública, esta 3ª edição, a ter lugar entre 29 de setembro e 30 de outubro, está preparada para ser conduzida de forma totalmente remota, com vista a proteger a saúde e o bem-estar de todos os participantes, mentores e parceiros.
As startups e os Projetos de Investigação que mais se destacarem, no decorrer da aceleração, serão premiados com um valor que pode ir até €45.000,00, para ser utilizado no desenvolvimento dos projetos.
Lançado em 2018, o Programa Blue Bio Value já recebeu e acelerou 28 empresas de 15 nacionalidades, sob orientação de mais de 40 mentores. Na primeira edição, os premiados que se destacaram foram a empresa holandesa Hoekmine, e as portuguesas SEAentia e Undersee. Na edição de 2019, as vencedoras do programa foram a Biosolvit, brasileira, a Ficosterra, espanhola, e a uFraction8, do Reino Unido.
Assim, durante esta nova edição, a Fundação Oceano Azul e a Fundação Calouste Gulbenkian, em parceria com a Fábrica de Startups e a Bluebio Alliance, irão apoiar os participantes a:
• Validar tecnologias desenvolvidas;
• Adquirir competências de gestão, criando bases para o desenvolvimento de novos produtos e serviços mais sustentáveis e economicamente viáveis, para um mercado global;
• Aceder a uma rede única de mentores nacionais e internacionais, parceiros especialistas no setor, potenciais clientes e investidores.
TIMELINE
• Período de candidaturas – de 4 maio até 15 de julho
• Programa de aceleração – 29 de setembro a 30 de outubro
• Pitch final – 30 de outubro