A visita teve como objetivo conhecer a realidade atual e o desenvolvimento futuro do Porto de Setúbal das suas infraestruturas e a comunidade portuária, tendo sido realizada uma sessão no Auditório da Casa da Baía seguida de uma deslocação aos terminais portuários.
Na primeira parte da sessão, o Administrador da APSS, Carlos Correia deu a conhecer o momento atual do Porto de Setúbal, abordando as capacidades e características singulares do porto, «uma infraestrutura multimodal, com excelentes acessos ferro-rodoviários, ótima localização e servido por um significativo tecido industrial, cerca de 41% das empresas instaladas no país». Em relação ao futuro, relevou os principais projetos de investimento em curso e previstos no âmbito da estratégia de desenvolvimento sustentável preconizada para o porto que, alicerçada nas novas tecnologias, engloba as premissas do território, da economia, da inovação, do ambiente e do lazer. Lançou ainda o desafio aos investidores brasileiros presentes para que utilizem ou reforcem a utilização do Porto de Setúbal no âmbito das suas trocas comerciais com Portugal e a europa.
Por sua vez, Porfírio Gomes, Presidente da CPS – Comunidade Portuária de Setúbal, falou sobre a importância da participação no desenvolvimento do Porto de Setúbal de todos os seus parceiros, realçando que ainda que cada um possa ter interesses distintos, o objetivo comum é o crescimento competitivo do porto. Destacou a importância do Fórum para a Simplificação de Procedimentos do porto e o seu contributo para a desburocratização de processos e a entrada em produção da JUL – Janela Única Logística (sucessora da JUP-Janela Única Portuária e agora alargada a mais parceiros e de maior âmbito), um dos avanços mais significativos para o crescimento da competitividade no Porto de Setúbal.
Por último, Nuno Maia, Presidente da AISET – Associação da Indústria da Península de Setúbal, deu uma panorâmica do tecido industrial instalado na região de Setúbal, desde os seus primórdios, essencialmente ligados a atividades piscatórias, como o romano garum e conservas, até ao surgimento da indústria pesada, que contribuiu para o posicionamento e desenvolvimento do Porto de Setúbal como porto industrial e de apoio quer ao abastecimento de matéria-prima para as unidades fabris, quer à exportação da sua produção. Na realidade atual, e também face ao desenvolvimento do porto, a região tem atraído mais e diferentes tipos de unidades de produção, incluindo indústria 4.0, farmacêutica e aeronáutica.
A comitiva brasileira, por sua vez, mostrou muito interesse em relação ao modelo de gestão do Porto de Setúbal e sobretudo ao funcionamento da JUL, como plataforma redutora dos procedimentos burocráticos e do tempo e custos de operação dos navios.
A receção terminou com uma visita aos terminais portuários Tersado, Sadoport e Ro-Ro, nos quais os visitantes tiveram oportunidade de observar distintas tipologias de navios a operar, como movimentação de madeira, ferro, contentores e automóveis, o que suscitou mais alguns momentos de esclarecimento do funcionamento do Porto de Setúbal.
O Brasil Export é um Fórum permanente que visa a promoção do diálogo entre os diferentes agentes envolvidos com as operações portuárias, de logística e das infraestruturas brasileiras. Entre as suas atividades destacam-se a promoção de encontros presenciais e online para debater questões do setor e a realização de missões internacionais.