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Campo de Crinóides no Algarve

crinoides1Investigadores descobrem no Algarve Campo de Crinóides a mais de 500 metros de Profundidade. A suspeita da existência de um campo de crinóides ao largo do Algarve foi confirmada no passado dia 29 de setembro através da filmagem com um ROV.

A descoberta foi realizada no âmbito do projeto IMPACT, destinado a estudar o impacto do arrasto em mar profundo. Este ecossistema é raro a esta profundidade e encontra-se numa zona que até agora ainda não foi afetada pelos arrastões. 

As primeiras colheitas de sedimentos foram feitas a bordo do navio de investigação Garcia del Cid, através de um projeto europeu financiado pelo programa Eurofleets.
Para confirmar a existência deste tipo de habitat foi posteriormente efectuada, com a colaboração da OCEANA, uma filmagem com um ROV. A OCEANA é uma ONG que é a maior organização internacional focada exclusivamente na conservação dos oceanos, proteger os ecossistemas marinhos e as espécies ameaçadas de extinção.
Os campos de crinóides estão classificados como habitats sensíveis pela União Europeia, já que podem ser utilizados como zonas de reprodução por distintas espécies de peixes, como por exemplo o salmonete e a pescada. A presença de crinóides, em altas densidades, é um indicador do bom estado dos fundos e de um baixo ou inexistente impacto humano.
A pesca de arrasto pode danificar este tipo de campos e afetar o fundo marinho, o que consequentemente tem também impacto no ecossistema do leito marinho. Porém, neste caso concreto, a existência de um campo tão denso de crinóides indica que a zona não tem sido afetada por esta arte de pesca.
Os próximos passos na investigação incluem análise de imagens e amostras recolhidas, para caracterizar este ecossistema quanto à biodiversidade através das amostras de macrofauna, meiofauna e microfauna, de sedimentos marinhos, propriedades das massas de água e batimetria detalhada da zona.
Foram também recolhidas amostras em zonas adjacentes em que o arrasto opera. A comparação entre zonas arrastadas e não arrastadas deverá indicar que impacto tem, a longo prazo, a pesca de arrasto neste tipo de ecossistema.
A equipa de investigação, foi coordenada pelo Centro de Ciências do Mar (CCMAR) da Universidade do Algarve e integra diversas instituições nacionais e internacionais, IPMA (Instituto Português do Mar e da Atmosfera), CESAM (Centro de Estudos do Ambiente e do Mar, da Universidade de Aveiro), Instituto de Ciências do Mar (Barcelona), Marine Scotland e Universidade Politécnica de Marche (Itália).

 

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