O surfista do Guincho, que na etapa anterior foi estranhamente eliminado no segundo round, dominou novamente a prova masculina, derrotando o algarvio Joackim Guichard nas meiasfinais, com um score elevado de 16.50 pontos, apenas para mostrar na final o que faz dele um forte candidato às vitórias em qualquer campeonato que dispute, somando 18.55 pontos em 20 possíveis (fruto de uma onda de 8.55 e outra de 10 pontos – o máximo possível!) e batendo o júnior Miguel Blanco, o outro grande destaque desta etapa.
“Eu sabia que precisava de fazer qualquer coisa de muito arriscado para marcar a diferença e captar a atenção dos juízes, pois o Miguel estava muito forte,” comentou humildemente o vencedor. “Fiquei muito feliz com o 10 que os juízes me atribuíram na onda que fez a diferença, mas não queria deixar de dar os parabéns ao Miguel, que mostrou muito bom surf ao longo de toda a prova, bem como a todos os outros competidores. Esta etapa foi fantástica, com alto ambiente e muito boas ondas… agora espero que na última etapa tudo volte a correr pelo melhor e que consiga conquistar o título nacional,” acrescentou Morais, que ainda se deu ao luxo de descartar duas ondas excelentes (8.50 e 7.50) do seu somatório final.
Miguel Blanco, de 17 anos, conquistou um honroso segundo lugar, batendo o campeão nacional Pro Junior, Francisco Alves, numa meia-final muito disputada, que terminou com os dois surfistas empatados. No desempate, Blanco levou a melhor e, depois de duas meias-finais consecutivas nas etapas anteriores, conseguiu fazer a primeira final Open da sua carreira, deixando o vencedor da primeira etapa deste ano no terceiro lugar, ex-aequo com Joackim Guichard.
Com estes resultados, Frederico Morais é cada vez mais líder do ranking nacional e o principal candidato ao título deste ano, agora com Miguel Blanco em segundo lugar Tomás Fernandes em terceiro, Francisco Alves em quarto e Vasco Ribeiro e João Guedes empatados no quinto posto. Morais, Blanco e Alves são agora os três únicos surfistas matematicamente capazes de conquistar o título nacional deste ano, mas basta a Frederico um 13º lugar na derradeira etapa para tirar quaisquer hipóteses aos outros dois atletas.
No Feminino, a Final mais bem Disputada de Sempre
E se no masculino a prova foi disputada, no feminino assistimos aquela que foi provavelmente a final mais disputada de sempre. Carina Duarte (vencedora da etapa anterior), Ana Sarmento (campeã nacional Pro Junior), Maria Abecasis (bi-campeã nacional em título) e Teresa Bonvalot protagonizaram uma final extremamente renhida, trocando constantemente de posições na bateria, fruto de muitas ondas apanhadas e bem surfadas, obrigando os juízes e o público a uma atenção permanente.
Mas acabou por ser a jovem Teresa Bonvalot, de apenas 13 anos, a roubar a maior parte das atenções, ao mostrar um nível de surf muito adulto, sobretudo na onda que fez a diferença e que lhe valeu 8.5 pontos, praticamente acabando logo ali com qualquer hipótese de reacção das adversárias. Carina foi segunda classificada, Maria terceira e Ana Sarmento, que chegou a liderar a bateria, terminou no quarto lugar.
“Quando ouvi que a Carina tinha feito uma onda de 7 pontos e passado para a frente, sabia que também tinha de apanhar uma muito boa e surfar o meu melhor,” comentou Teresa.
“Felizmente aquela onda apareceu e eu consegui encaixar três boas manobras, com confiança, o que fez a diferença. Estou muito feliz por ter vencido novamente uma prova este ano,” concluiu a surfista de Cascais, que assim voltou à liderança do ranking nacional feminino, agora com Carina Duarte na segunda posição, Maria Abecasis na terceira, Keshia Eyre (que não foi à final pela primeira vez este ano) na quarta e Francisca Santos na quinta. Com mais uma etapa para disputar do que os homens (em Ílhavo, no mês de Agosto), tudo pode ainda acontecer.
Na entrega de prémios, para além dos troféus aos finalistas, foi ainda entregue o prémio da Malibu Expression Session, uma competição especial da Liga MOCHE, onde os atletas são premiados pelas suas melhores manobras, ao invés de utilizar o formato tradicional. Pedro Boonman venceu ontem essa bateria, graças a um fantástico Aéreo Reverse Invertido, que lhe valeu o cheque de 500€.
“Esta foi uma prova excelente. Fomos recebidos em Peniche com muito bons ondas, um tempo fantástico e um óptimo ambiente ao longo dos três dias de prova,” comentou Francisco Rodrigues. “Os surfistas responderam à altura e assistimos a um alto nível de surf do princípio ao fim. Foi também importante mostrar que há mais Peniche para além dos Supertubos, sendo que o Pico da Mota presenteou-nos com as melhores ondas da Liga até ao momento. Obrigado a todos os que a tornaram possível e parabéns aos dois vencedores,” concluiu o presidente da Associação Nacional de Surfistas.
Esta foi a segunda prova da Liga MOCHE a contar para a MINI Triple Crown, um troféu especial dentro da Liga, que atribui o usufruto de um automóvel MINI aos melhores atletas masculino e feminino no cômputo geral de três das suas etapas, nomeadamente as provas do Porto, Peniche e Cascais. Frederico Morais e Teresa Bonvalot, que já tinham vencido no Porto, lideram agora ainda mais essa competição, graças a novas vitórias em Peniche.
Apenas para os atletas masculinos, está também em jogo um lugar no Top 10 do MOCHE Wild Cards, uma competição especial que, em cada etapa, contabiliza a melhor onda dos últimos 16 atletas em prova e define dez vagas para o campeonato de triagens que atribui um wildcard no MOCHE Pro Portugal presented by Rip Curl, a única etapa do principal circuito mundial de surf que se realiza em Portugal, em Outubro deste ano, precisamente entre Peniche e Cascais.
Frederico Morais também lidera agora este ranking, com Vasco Ribeiro, Tomás Fernandes,
José Ferreira, Miguel Blanco, Francisco Alves, João Guedes, Filipe Jervis, Ruben Gonzalez e Edgar Nozes actualmente nos lugares seguintes.
O Montepio Peniche Pro by Rip Curl contou com um prize-money de 10.500€, um valor que ultrapassa o dobro do montante oferecido no ano passado, num total de 55.000€ para as cinco etapas da Liga MOCHE.