Tomas, que chegou aos Açores na 122ª posição do ranking mundial, foi o verdadeiro “guerreiro silencioso”, batendo sistematicamente os seus adversários, bem mais cotados, conquistando assim o primeiro lugar, 40.000 dólares de prémio, 6500 pontos para o ranking mundial e a maior vitória da sua carreira.
“Não estou nem acreditando! Acho que ainda não caiu a ficha,” comentou um sorridente Tomas. “Esta é, sem dúvida, a minha vitória mais importante… nunca tinha vencido uma prova da ASP e foi logo acontecer num Prime e aqui nos Açores!… Falhei dois eventos importantes este ano, porque estive doente, com uma infeção no coração e isso prejudicou bastante o meu ranking. Tive de treinar bastante depois de ter ficado parado e vim para cá no limite do meu orçamento… mas agora está tudo certo! Foi um caminho duro até à final, mas fui construindo a minha confiança a cada bateria que vencia e, na final, comecei logo ao ataque. Foi o que me deu a vitória, pois na segunda metade do heat apareceram poucas ondas… Vou reavaliar o resto do meu ano, até porque gostava de agarrar esse prémio extra do Moche Series Cascais Trophy, mas para isso teria de competir em Peniche… será que vão dar um wildcard para mim?!… seria muito bom!” concluiu o terceiro brasileiro a vencer a prova açoriana, subindo 88 posições no ranking mundial e ocupando agora o 34º lugar, o que lhe dá boas perspectivas de qualificação para o WCT de 2014.
Hermes foi o verdadeiro “tomba-gigantes” deste evento, batendo surfistas como o campeão mundial Pro Junior, Jack Freestone, o campeão europeu da mesma categoria, Ramzi Boukhiam, os seus compatriotas do WCT Miguel Pupo e Filipe Toledo, bem como os australianos Mitch Crews e Adam Melling.
Melling, que compete na elite mundial desde 2010, fez um bom campeonato e era o favorito à vitória, mas acabou por se desencontrar com as ondas durante a final, depois de ter feito a maior pontuação do dia nas meias-finais (16.60 em 20 pontos possíveis) para derrotar o seu jovem colega do WCT, o americano Kolohe Andino.
“Gostava de ter vencido, claro, mas no final de contas não deixa de ser um óptimo resultado e um bom arranque para esta última parte do ano competitivo,” disse o australiano. “Tenho sempre bons resultados aqui nos Açores, onde até fiz uma onda de 10 pontos em 2011, por isso saio daqui satisfeito. Com este resultado já posso respirar de alívio quanto à requalificação para 2014 e agora vou atrás do Moche Series Cascais Trophy, uma grande ideia! Gostei de ver o Tomas a surfar e até que fosse ele a vencer. Ele é bom tipo e bom surfista… e esta vitória foi muito importante para ele,” concedeu Melling.
Adam e Kolohe protagonizaram a melhor bateria do dia nas meias-finais, com uma troca constante de boas ondas e de posição, mas acabaria por ser o australiano a virar definitivamente o resultado a seu favor, ao conseguir uma onda de 9.1 pontos – a melhor do dia – a segundos do fim.
Kolohe, finalista na última etapa Prime deste circuito, teve de contentar-se aqui com um terceiro lugar, a par do também australiano Mitch Crews, que igualou assim o seu melhor resultado de 2013 e parte para a perna final do circuito em muito boa posição de se qualificar para a elite mundial do ano que vem.
Nos quartos de final, em quinto lugar ex-aequo, ficaram os brasileiros Alejo Muniz (vencedor da etapa anterior deste circuito e Top 32), Filipe Toledo (também Top 32 e responsável pelas melhores pontuações da prova, incluindo o único 10) e Wiggolly Dantas (finalista na praia de Santa Bárbara em 2012), bem como o norte-americano CJ Hobgood, campeão mundial em 2001 e desta prova em 2011.
Rodrigo Herédia, responsável pela organização, faz um balanço “extremamente positivo desta quinta edição. Tivemos seis dias de boas ondas, sol, muito público e um grande espectáculo de surf, com a presença de muito atletas do WCT, o que atesta bastante sobre a qualidade destas ondas. Optámos por terminar um dia mais cedo porque as previsões para domingo têm sido muito instáveis… acabei por seguir o meu instinto e acho que foi a melhor decisão, pois as ondas estão a decrescer a olhos vistos. Agora vamos reorganizar tudo durante a próxima semana e voltar no próximo sábado, com o Campeonato da Europa por Equipas – o Eurosurf. Mas o SATA Airlines Azores Pro presented by Sumol volta em 2014, seguramente reforçado por mais uma edição de sucesso,” concluiu.
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