Na base desta campanha está a estátua que foi criada pelo artista alemão Jared Bartz, que esteve presente em todas as ações e foi instalada temporariamente no fundo do mar, perto dos Ilhotes do Martinhal. A escultura representa uma mulher que carrega simbolicamente um peixe nos seus braços, age como uma testemunha do que nós humanos fizemos ao oceano e desafia-nos a repensar e recriar a nossa conexão com o oceano.
Portugal, tal como a UE, comprometeu-se a proteger 30% das suas águas até 2030, um objetivo crucial para abrandar o ritmo de desaparecimento de habitats e espécies e dar ao oceano – e à humanidade – mais resiliência para lutar contra as alterações climáticas. Infelizmente, muitas áreas marinhas protegidas são pouco controladas e diversas práticas de pesca destrutivas continuam a acontecer.
A organização não governamental (ONG) portuguesa Sciaena, em conjunto com outras ONG europeias, nomeadamente a BUND, FNE, Ecologistas en Acción e Seas at Risk, organizaram cinco ações em cinco países para alertar para a necessidade de preservar a biodiversidade marinha ao fazer uma gestão eficiente das pescas e das áreas marinhas protegidas.
A estátua iniciou o seu percurso na Alemanha, passou pelo Luxemburgo, França e Espanha, tendo terminado a sua viagem no ponto mais a sudoeste da Europa continental, Sagres, onde voltou para o mar. Antes disso, a Sciaena organizou uma mesa-redonda no Centro Interpretativo da Lota de Sagres, no Porto da Baleeira, onde diversos representantes do Município de Vila do Bispo, Centro de Ciências do Mar da Universidade do Algarve (CCMAR), empresas de mergulho e da Sciaena debateram a nossa relação com o mar, a problemática da pesca ilegal e a falta de gestão das áreas marinhas protegidas em Portugal.
A estátua visitou depois o fundo marinho na zona dos Ilhotes do Martinhal, naquela que foi a sua última ação nesta campanha.
