Economia do Mar Navega em Alta

gelpeixePelo segundo ano consecutivo a maioria das cerca de 40 variáveis da economia do mar de Portugal monitoradas pelo LEME – Barómetro PwC da Economia do Mar registaram um crescimento, foi a conclusão apresentada no passado dia 18 de Janeiro, no Pavilhão do Conhecimento pela 8ª edição do LEME.
O inquérito realizado a gestores de topo e personalidades da economia do mar concluiu também que, o desenvolvimento da economia do mar depende da forma como captará os benefícios da revolução digital em curso e da forma como mitigará os riscos associados a esta nova realidade.
Tendo em consideração a última informação disponível referente ao ano de 2016, 60% das variáveis da economia do mar de Portugal tiverem um comportamento positivo. Embora esta percentagem seja menor do que a registada em 2015 (83%), é o segundo valor mais alto desde que existe este instrumento de monitorização da evolução da economia do mar em Portugal.
Desde o ano de 2008 que o LEME constrói indicadores sobre a evolução da economia do mar em Portugal e as conclusões desta série de 8 anos são bastante animadoras. “O período 2008-2014 foi um período bastante crítico para a economia Portuguesa, registando taxas de crescimento do produto interno bruto negativas ou próximas do zero. No entanto, cerca de 50% das variáveis da economia do mar, monitoradas no LEME, foram registando crescimentos anuais. No momento em que a economia no seu geral começou a dar sinais de redução da instabilidade (2015, 2016) a percentagem de variáveis que cresceram, monitoradas pelo LEME, ultrapassou os 50% (83% e 60%, respetivamente).” - Afirma Miguel Marques sócio responsável pelo LEME - Barómetro PwC da Economia do Mar.
As exportações na fileira alimentar do mar continuam a crescer, assim como o número de turistas que utilizam as nossas praias e viajam em marítimo-turísticas, também a carga nos portos nacionais continua a crescer. As evidências que o LEME tem reportado ao longo dos seus 8 anos de existência são claras no que se refere à grande resiliência da economia do mar como um todo. Ou seja, nos picos da crise a economia do mar aguentou-se e quando a crise abrandou a economia do mar cresceu. Neste contexto, a evolução geral da economia do mar é positiva. 
Os desafios da economia do mar estão muito relacionados com a necessidade de redução da burocracia, a necessidade de consistência das medidas no médio e longo prazo e a necessidade de investimento e financiamento pacientes, ou seja, que tenham maturidades de médio e longo prazo. Um desafio muito importante é o da necessidade de renovação das frotas da marinha de guerra e de comércio, assim como a da pesca. 
O tema central da oitava edição do projeto de responsabilidade social LEME – Barómetro PwC da Economia do Mar (Portugal) é “A Revolução Digital e a Economia do Mar”
90% dos gestores de topo e personalidades da economia do mar inquiridos no âmbito do LEME, consideram que a revolução digital terá um grande impacto na economia do mar.
Nas palavras de Miguel Marques, sócio da PwC, responsável pelos assuntos do mar: “…os líderes das diferentes indústrias do mar, começam a ter a noção que, se não abraçarem a revolução digital, aproveitando todos os seus benefícios e construindo bases sólidas de proteção contra ciberataques, a economia do mar será como uma embarcação à deriva num vendaval de transformações.”
Na opinião dos lideres inquiridos neste estudo, todas as indústrias do mar terão um elevado impacto provocado pela revolução digital, sendo que Portos, Transportes Marítimos e Ação do Estado no Mar são as áreas impactadas pela quase totalidade dos doze temas inerentes à Revolução Digital. Partilharam também a opinião de que, Big Data Analytic, Internet of Things e Smart Sensors, são os temas da revolução digital que maior número de indústrias do mar afetarão. A análise de dados em massa através de ferramentas informáticas (Big Data Analytic), a disponibilização de serviços que permitem executar tarefas através da internet, por exemplo, através da internet ligar uma câmara de vídeo que monitoriza uma aquacultura (Internet of Things) e a utilização de sensores que recolhem, enviam, analisam e processam dados (Smart Sensors) estão no topo da lista das necessidades do crescimento azul.
O consultor das atividades marítimas responsável por este inquérito, Miguel Marques, confirma que a perceção do mercado é que “embora o interesse pelos temas da transformação digital tenha aumentado consideravelmente no seio da comunidade marítima portuguesa e as ações digitais no terreno tenham também iniciado caminho, o conhecimento dos riscos associados a ciberataques e sua mitigação é ainda incipiente.”