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Relatório fala em perda "dramática" de biodiversidade na Europa

mar 3 hpA Europa falhou por uma longa margem os objetivos de biodiversidade definidos para 2020, segundo um novo relatório da Agência Ambiental Europeia. Só uma ação concertada em várias frentes poderá travar perdas ainda maiores na natureza, pelo que as próximas decisões políticas podem ser cruciais para inverter a tendência.
O relatório “O Estado da Natureza na União Europeia” (State of Nature in the EU) confirma que a Europa está longe de cumprir os principais objetivos da sua Estratégia para a Biodiversidade para 2020, agora que o prazo final se aproxima.
“O relatório identifica a agricultura, a silvicultura, a expansão urbana e a poluição como as principais responsáveis pelo declínio drástico da biodiversidade europeia; e inclui algumas conclusões preocupantes sobre a perda de espécies, confirmando a tendência de declínio identificada na última avaliação, há cinco anos”, alerta Catarina Grilo, Diretora de Conservação e Políticas da ANP|WWF.
81% dos habitats europeus estão agora em estado "pobre" ou "mau", com mais de um terço a continuarem a deteriorar-se. Os números são semelhantes no que respeita às espécies: mais de 60% estão em estado “pobre” e “mau”, e um terço delas está em declínio (apenas 6% estão a recuperar). O estatuto mais crítico é o dos peixes e anfíbios: 38% das espécies de peixe têm um estado de conservação “mau” e 50% das espécies de peixe e anfíbios estão em declínio.
Em Portugal, mais de metade dos habitats avaliados apresentam tendências de deterioração. Para os habitats com estatuto desfavorável ou desconhecido, Portugal apresenta a maior percentagem de habitats em declínio (quase 20%) de entre todos os Estados-Membros. Já para as espécies com estatuto desfavorável ou desconhecido, o nosso país tem uma elevada percentagem (mais de 60%) cuja condição é desconhecida, revelando a falta de investimento na monitorização das espécies. Por outro lado, «Portugal também fica mal na fotografia por se encontrar no grupo de Estados-Membros que ainda só designaram menos de 20% das suas Zonas Especiais de Conservação, no âmbito da Diretiva Habitats».
Nas próximas semanas, “vários encontros políticos podem ser a resposta para inverter esta perda de biodiversidade. A elaboração em curso do Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PEPAC), que irá determinar como Portugal irá aplicar os fundos neste setor, será determinante para mitigar os impactos negativos da agricultura sobre a biodiversidade, e colocar a agricultura nacional no caminho para a verdadeira sustentabilidade.” 

 

Lomac