No Fundo Portugal é Mar abre dia 9 de maio

1 artesA exposição No Fundo Portugal é Mar abre dia 9 de maio ao público. Resulta de uma parceria entre a Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental (EMEPC) e o Centro Cultural de Belém/Fábrica das Artes.
Esta exposição agrega três propostas artísticas: TerraMar, uma instalação vídeo de Graça Castanheira, criada com base em materiais cedidos pela EMEPC, captados pelo ROV Luso, revelando-nos os fundos marinhos. Esta instalação propõe fazer-nos viver abaixo da linha de água. As Portas do Mar, uma instalação de faróis, que nos trazem o universo sonoro do mar, dos portos e das praias, e nos revelam os códigos sonoro-luminosos dos faróis portugueses. Balaena plasticus é uma instalação da autoria de Ana Pêgo e Luís Quinta, que alerta sobre a poluição e os desequilíbrios ambientais; consiste no esqueleto de uma baleia de barbas criada com lixo plástico que o mar nos devolve e que grita a urgência de reaprendermos muitos gestos. A entrada na exposição No Fundo Portugal é Mar é livre, estando previsto o seu encerramento no dia 31 de Julho.
A restante programação gira em torno da exposição No Fundo Portugal é Mar. Os sentidos desta exposição desdobram-se em oficinas exploratórias, nas quais queremos passar do assistir ao fazer, ou seja, conhecer melhor e crescer com isso. São seis oficinas, que passam pela escrita criativa, pelo confronto com monstros imaginários e reais, pelas formas líquidas das esculturas marinhas, pela simetria abissal entre o mar e o cosmos até ao confronto fascinante e fatal com a imensidão dos plásticos que lançamos nos oceanos e que tomam agora conta dele e do nosso próprio corpo, condenando-nos a todos ao destino do esqueleto da baleia Balaena plasticus, integrada no projeto Plasticus maritimus. No Jardim das Oliveiras decorrerão três concertos, sessões com contadores de histórias e longas conversas marinhas entre tão improváveis interlocutores quanto variada é a fauna humana que entre nós vive o mar.
Por fim, dois espetáculos desafiam-nos em sentidos diametralmente opostos nas nossas mais fundas convicções e nos nossos mais fundos sentimentos sobre o mar: Marinho experimenta tudo aquilo que em nós vive e evita, procura e foge na relação com o mar, explorando as ambiguidades através dos caminhos onde elas se vivem, nos nossos sentidos, na voz e na escuta, na luz e na sombra. O segundo espetáculo, um dos mais transversais clássicos sobre o mar. A Menina do Mar, de Sophia de Mello Breyner Andresen, a partir da música de Bernardo Sassetti, lembra-nos que a beleza e o amor, a terra e o mar vivem na cidade dos homens, na sua história, nas forças políticas que se afrontam, e que o futuro é uma escolha que está para ser feita, tal como um rumo, um horizonte, uma nave largada no mar.